quinta-feira, 22 de outubro de 2009

continuação Reunião de 20/10

Resumo, parte final do nº 40 - A matematização da física, que levou o homem a renunciar aos sentidos para adquirir conhecimento, resultou em que toda pergunta feita por ele à natureza é respondida em termos de configurações matemáticas às quais nenhum modelo pode corresponder, visto que todo modelo teria que ser criado à imagem de nossas experiências sensoriais. Embora a tecnologia demonstre a "verdade" dos mais diversos conceitos da ciência moderna, isto prova apenas que o homem sempre pode aplicar os resultados de sua mente, e que será sempre capaz de adotar um sistema qualquer que explique os fenômenos naturais como princípio orientador nas atividades de fabricar e agir. Se, portanto, a ciência de hoje, em sua perplexidade, aponta as conquistas da técnica para "provar" que lidam com uma "ordem autêntica" dada pela natureza, parece ter criado um círculo vicioso: os cientistas formula hipóteses para explicar seus experimentos e empregam esses experimentos para verificar suas hipóteses, tudo dentro de uma natureza hipotética. O fato novo é que as coisas materiais que vemos e representamos e a partir das quais medimos as coisas imateriais que não podemos visualizar, sejam igualmente inimagináveis. Com o desaparecimento do mundo tal como dado aos sentidos, desaparece o mundo transcendental, e com ele a possibilidade de transcender-se o mundo material em conceito e pensamento. A dúvida universal de Descartes atingiu agora o cerne da própria ciência física: porque o caminho da fuga para a mente do próprio homem é bloqueado ao se verificar que o moderno universo físico está fora de qualquer representação, e é inconcebível e inimaginável em termos de raciocínio puro.

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